Innovation Network Portugal em parceria com a Innovation International Alliance

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Portugal quer mudar critérios de inovação













Governo usa novos resultados para justificar necessidade de mudança de critérios de avaliação da inovação por parte da Comissão Europeia

O Plano Tecnológico (PT) "contribuiu para aumentar a cultura empreendedora e a base empresarial do país e este está melhor preparado" para enfrentar a actual crise económica, defende o coordenador da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, Carlos Zorrinho, com base nos primeiros indicadores de impacto do PT.
O país já conhece os indicadores de execução do PT, mas não do seu impacto integrado sobre a economia portuguesa, cujo número de empresas de base tecnológica triplicou desde 2005, enquanto as exportações de produtos de alta tecnologia e as receitas da balança tecnológica duplicaram.


Os economistas João Caraça e Vítor Corado Simões apresentam hoje ao Conselho Consultivo do Plano Tecnológico a sua grelha de avaliação e os respectivos resultados. Baseiam-se em cinco áreas - sociedade em rede, condições económicas, qualificação dos recursos humanos, infra-estruturas de ciência e tecnologia, sistema de financiamento - com efeito sobre o empreendedorismo e a capacidade empresarial.

O estudo constitui também um novo argumento do Governo em defesa da alteração dos critérios de análise da inovação até agora vigentes na União Europeia, e cuja discussão está aberta. Queixosos são sobretudo os países do Sul da Europa - Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia. "Os indicadores do painel de inovação [de Bruxelas] não são adequados à dinâmica de inovação do Sul da Europa", sublinha Zorrinho. A grande diferença pode ser resumida entre inovação de produto (registo de patentes) no Norte da Europa, e melhoria de produto (registo de processo) no Sul.


Para além de defender "uma ferramenta que capte as várias dimensões do processo de inovação", o responsável considera que se têm de encontrar indicadores mais actuais. "É inaceitável que o último número que a Comissão Europeia tem sobre o investimento em investigação e desenvolvimento (I&D), que é um dos seus referenciais, seja de 2005".Quanto ao que significa a "melhor preparação" do país, Carlos Zorrinho faz uma leitura optimista. "O mais importante desta preparação não é tanto a resistência necessária nos próximos meses [face à crise internacional], mas a possibilidade de estarmos na primeira linha quando começar o ciclo de recuperação", diz.


Os grandes temas de discussão do Conselho Consultivo de hoje são os planos tecnológicos sectoriais da Educação e da Justiça, contando com a presença da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e do secretário de Estado da Justiça, João Tiago Silveira. O Plano Tecnológico visa, desde 2005, promover a competitividade do país, através do conhecimento, da tecnologia e da inovação.

Nenhum comentário: