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terça-feira, 24 de junho de 2008

O melhor do mundo

Ter o “melhor do melhor” ou possuir artigos totalmente personalizados são definições que alguns dos mais conhecidos players do mundo da moda usam para descrever o verdadeiro luxo. Um mundo que não está ao alcance de todos mas que, apesar da crise, tem um número crescente de adeptos, na busca de mais status ou de melhor qualidade de vida.

Num mundo onde a imagem tem cada vez mais importância, os artigos considerados de luxo são um símbolo de status. Mas o que é que o luxo significa actualmente? É tão simples como ter mais tempo para si ou é uma ideologia para manter um certo sentido de liberdade e um objectivo num mundo de valores supérfluos e maior controlo social?

Nem todos vêem o luxo da mesma forma e entre críticas à ostentação exagerada e a exaltação da qualidade, a visão sobre este conceito é múltipla, como provam as opiniões dos executivos de topo e de alguns dos grandes nomes ligados à moda.

Para os gostos de Tom Ford, Silvia Fendi, directora criativa da casa italiana, Yves Carcelle, CEO da Louis Vuitton, e Bernard Arnaud, o patrão multimilionário do grupo LVMH, o luxo é uma questão de qualidade, inovação, serviço e criatividade. Para alguns, como Dana Thomas, autora do livro “Deluxe: How Luxury Lost Its Lustre” e crítica do consumismo, é sobre «vender artigos de baixo custo com grandes margens embrulhados em logótipos».

Para muitos, a explosão do mercado de artigos de luxo é um paralelo em relação à confiança e prosperidade da economia. Ao mesmo tempo que os preços das casas aumentaram ao longo dos anos, também aumentou o número de lojas de design e de luxo nas principais cidades do mundo.

À medida que caminhamos para o fim da década, marcada por uma grande incerteza, novos conceitos como produção ética e ecológica estão a começar a imperar. Em último caso, se vamos pagar preços altíssimos por artigos artesanais ou de designer, estes têm de ser feitos respeitando os mais altos padrões e incorporarem um design criativo e único que permita igualmente a personalização ou a customização.

De acordo com Silvia Fendi, o luxo é «ter o melhor… não só de acordo com a tendência do momento, mas ter algo para toda a vida que foi feito com a melhor qualidade».

Tom Ford acredita que é sair da esfera do logótipo; em vez disso, afirma, «pode ter-se tudo com monogramas pessoais, para se tornar realmente teu». Ford criou uma marca que é a loja ideal para o homem que tem pouco tempo para procurar mas que quer ter a melhor qualidade e o melhor serviço que o dinheiro pode comprar. Planeia abrir quatro lojas nos próximos cinco anos em Londres, Los Angeles, Milão e Havai.

No final do último ano, na Conferência do Luxo do Herald Tribune em Moscovo Ford, explicou a um cronista do jornal inglês a sua visão de para onde os artigos de luxo se dirigem, este ano e no futuro. «O luxo não vai deixar de estar na moda, apenas precisa de mudar de estilo. Temos de substituir o supérfluo pelo profundo».

Com efeito, a crise pode ter rebentado no mercado imobiliário mas parece que não há abrandamento no topo do mercado de luxo – apenas um reajustamento de imagem e de mensagem. Apesar da crise do crédito, da queda do consumo e dos alertas dos analistas para a necessidade de «poupar, poupar, poupar», há um novo impulso no mercado do luxo, estando prevista a abertura de diversas lojas. Louis Vuitton, Gucci, Tom Ford, Prada – e mesmo marcas como Martin Margiela, que não faz publicidade, e que tem uma abordagem um pouco marginal ao luxo – estão a preparar-se para novos investimentos e a sua confiança no mercado parece ser à prova de bala.

Fonte: Portugal Têxtil, 18-02-2008

domingo, 22 de junho de 2008

O colector de ideias

O esforço para invalidar uma nova ideia é gerador de conhecimento útil

A inovação nasce das ideias aplicadas com um determinado propósito prático. Uma vez que os colaboradores de uma empresa são a sua maior e mais importante fonte de ideias, é compreensível que se deve aproveitar ao máximo esse potencial.

As empresas líderes em inovação sabem-no bem, porque baseiam a sua competitividade na capacidade de gerar ou absorver conhecimento e de o encaminhar por processos de criação de riqueza, orquestrados pelo que se costuma designar por Sistema de Gestão da Inovação (SGI). Neste contexto de captação de novas ideias para o negócio, um dos módulos mais importantes de um SGI é o chamado ‘colector de ideias’.

Acessível a todos os colaboradores, a sua utilização em modo «bottom up» deve ser encorajada pela liderança da empresa. Neste processo, a cada colaborador que participa com a sua ideia deve ser sempre dado um «feedback», o mais completo possível, seja a ideia válida, isto é, com potencial de implementação, ou não. O sistema que avalia as ideias é normalmente constituído por uma rede informal de pequenos grupos de colaboradores, agregados por critérios claros retirados da estratégia de inovação da empresa e com competências específicas por área tecnológica e/ou de negócio.

A estes grupos a empresa tem de disponibilizar tempo, regras de actuação e ‘ferramentas’ de inovação. Num sistema em que o colector já atingiu quer a massa crítica quer a velocidade de cruzeiro, o resultado normal tende a ser o ‘chumbo’ para a grande maioria das ideias. Mas será isso mau? Não, porque o sucesso deste processo não pode ser apenas medido pela taxa das ideias que passam à fase de implementação e ao respectivo valor criado mas também pelo «spill over» que surge das actividades de análise e discussão. Da minha experiência profissional, pude concluir que o esforço que a organização tem para invalidar uma nova ideia não é perdido mas sim gerador de conhecimento útil para a empresa. A reprovação de uma ideia induz ao debate «out of the box» e ao aprofundamento, sob novos ângulos, dos temas em análise, numa lógica de criação destrutiva.

Fonte: João Picoito, Expresso, 29 de Dezembro de 2007

O cérebro consumista

Encontrar uma promoção pode disparar o ritmo cardíaco para 192 batidas por minuto, com efeitos semelhantes aos de uma paixão, indica um estudo liderado por David Lewis, neuropsicólogo especializado no comportamento dos consumidores.

O trabalho realizado em Inglaterra, em Julho de 2007, com o objectivo de explorar os efeitos psicológicos e neurológicos das promoções no consumidor, concluiu, também, que a adrenalina causada equivale a um salto de pára-quedas, mostrando que “parece haver um caçador de promoções dentro de cada um”.

“Identificamos picos de actividade cerebral associados à excitação e às emoções positivas coincidentes com o momento em que a promoção foi detectada”, explica David Lewis.

O passo seguinte foi comparar esses picos com as imagens de vídeo para perceber quais os itens a que um consumidor reagiu. As conclusões indicam que o cérebro do homem ficou especialmente activo quando viu um «kit» de ferramentas com 60% de desconto. As mulheres foram atraídas pelo vestuário.

Neste estudo, David Lewis usou uma nova ferramenta desenvolvida pela Mind Lab International e pela Universidade de Sussex que permite criar instrumentos de pesquisa capazes de fornecer mais detalhes sobre o funcionamento da mente no que toca às suas motivações, preferências, ambições, expectativas e necessidades de consumo.

Para isso, os consumidores são equipados com aparelhos ligados a um monitor que controla os batimentos cardíacos e os níveis de agitação física, enquanto os óculos, com uma câmara incorporada, gravam o que prende o olhar e sensores ligados ao crânio monitorizam a actividade das várias partes do cérebro.

Em Portugal, a ferramenta será testada, a 27 de Fevereiro, numa grande superfície do grupo Sonae. Logo de seguida, David Lewis explica a relação entre a neurociência e o «marketing» na II Conferência da QSP - Consultoria de Marketing, subordinada ao tema ‘Como é que o marketing pode inovar?’.

A resposta do «neuromarketing», através do QEEG - Quantified Electroencephalography mostra como a decisão de compra aumenta a actividade eléctrica do cérebro. Permite, até, fazer um mapa dos picos de interesse e das suas causas.

Este método de analisar o cérebro, desvendar as decisões dos consumidores e indicar a gestores e técnicos de «marketing» a melhor forma de falar com os clientes já é utilizado por empresas como a Procter & Gamble, Audi e Hewlett Packard.

A Twenty Century Fox também recorre a esta ferramenta para aumentar ou cortar cenas de filmes em função do seu impacto. “As grandes empresas sabem que o investimento na nossa investigação pode ter grande valor comercial, podendo torná-las mais competitivas e eficientes na aproximação aos clientes”, afirma David Lewis.

Mas haverá um interruptor no cérebro que pode ser accionado para obrigar o consumidor a comprar? “Podemos apenas melhorar a forma como as empresas criam e divulgam as suas mensagens para as tornarem mais eficazes”, garante o neuropsicólogo.

Fonte: Expresso, 16 de Fevereiro de 2008

Inovar é preciso

O modelo de crescimento económico de um país desenvolvido é igual ao de um país emergente? Não, de todo, como explicou António Borges, no 5º Encontro Nacional de Inovação COTEC. No segundo caso, trata-se de um modelo de crescimento económico simples. No caso de um país desenvolvido, não é o investimento em geral a chave do crescimento, mas sim saltos qualitativos, com melhores tecnologias e soluções mais inovadoras.

Portugal teve o tipo de crescimento dos países emergentes entre 1985 e 2002, mas é notório que, a cada década, ele é cada vez menos vigoroso. E esta tendência não será ultrapassada, a não ser por saltos tecnológicos das nossas empresas, nos processos, nos produtos, mas também se não estiver enraizada na sua cultura, se não for assumida pelos seus recursos humanos e se não for servida por sistemas de gestão eficientes e eficazes, como sublinhou Artur Santos Silva, presidente da COTEC.

Por isso é que a actividade da COTEC tem sido tão importante, ao promover, de forma consistente, a inovação nas pequenas e médias empresas. É notável a experiência-piloto liderada por João Picoito, feita com 15 empresas, onde foi aplicado um sistema de gestão da inovação, com possibilidades de certificação, e um sistema de «scoring» (classificação) interno da inovação. A experiência será agora alargada a 650 empresas. Se correr bem, fará mais pela inovação no tecido produtivo do que todas as campanhas desenvolvidas até agora. E, no final, teremos um país bem melhor.

Fonte: Expresso, 7 de Junho de 08

Hotéis e restaurantes com museu virtual

Antigas etiquetas de hotéis que se colavam nas malas dos hóspedes ou cartazes publicitários do início do séc. XX integram o acervo do Museu Virtual de Hotelaria, Restauração e Turismo (www.aphort.com ), lançado pela Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT), a nova designação da Unihsnor Portugal.

Fonte: Expresso, 25 de Abril de 08

Computador cabe em envelope A4

O computador portátil mais fino do Mundo cabe dentro de um envelope A4. O Macbook Air é a nova estrela da Apple. Visto de perfil mede entre quatro e 19 milímetros, tem um écrã LED de 13,3 polegadas e está entre os mais leves com apenas 1,2 quilogramas.

Ontem, na abertura da exposição MacWorld, em São Francisco, o presidente do grupo Apple, Steve Jobs, explicou que o MacBook Air tem um processador Core 2 Duo da Intel, que foi comprimido em 60% para caber dentro do novo portátil.

O processador tem uma velocidade de 1,6 GHz, ampliável para 1,8 GHz, e a bateria alcança as cinco horas de autonomia. O disco duro tem 80GB , mas o portátil traz ainda uma memoria SSD de 64 GB. O MacBook Air começa a ser distribuído nos E UA dentro de duas a três semanas vai custar cerca de 1700 euros.

Na mesma ocasião, Jobs anunciou o lançamento no site iTunes de um serviço de aluguer online de filmes, que deverá chegar à Europa durante o ano. O serviço vai permitir que os leitores de música iPod e o telemóvel iPhone entrem num mercado dominado por grupos como a Blockbuster e a Netflix. A Apple vai oferecer o aluguer de filmes da Sony, Universal, Paramount, Walt Disney, Warner Brothers e 20th Century Fox. Os preços vão variar entre os cerca de dois euros para os filmes antigos e os 2,60 euros para as novidades. Jobs anunciou ainda o lançamento de um novo modelo da Apple TV, um descodificador que liga a televisão à Internet, sem passar pelo computador, que permitirá ver no televisor os filmes alugados online.

O líder da Apple revelou também que o iPhone, lançado nos EUA em Junho de 2007, vendeu quatro milhões de unidades.Chegou à Europa em Novembro, mas ainda não está à venda em Portugal.

Fonte: JN, 16 de Janeiro de 2008