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sábado, 16 de fevereiro de 2008

Marcas nacionais disparam na Europa

No ano passado, as empresas portuguesas registaram 1266 marcas comunitárias. Trata-se de um aumento de quase 22% em relação a 2006, quando, pela primeira vez, tinha sido ultrapassada a barreira das mil.

Os dados da Organização para Harmonização do Mercado Interno mostram que Portugal continuou em 2007 a trajectória de convergência com a média da União Europeia em matérias de número de marcas por milhão de habitantes. A economia nacional manteve-se, pelo segundo ano consecutivo, acima da França e aproximou-se da Itália.

Para Sandro Mendonça, investigador do Instituto das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e da Universidade de Sussex (Reino Unido), que compilou estas estatísticas, é claramente um sinal de dinamismo das empresas nacionais. “Portugal tem sido um caso de excepção nos últimos anos e estes números são um sinal de músculo comercial”, refere o economista.

De facto, a economia portuguesa foi a que mais cresceu neste domínio na última década. Em 1996 foram registadas 161 marcas e só em 2003 foi pela primeira vez ultrapassado o número das 500 marcas comunitárias. Nos últimos dois anos, o ritmo de crescimento manteve-se excepcionalmente elevado. Em 2006 quase duplicou o total de registos e no ano passado houve uma subida superior a 200.

“São dados que demonstram vontade das empresas de ir a jogo”, sublinha Sandro Mendonça. O registo de uma marca comunitária, ao contrário das patentes europeias que têm de adicionar países caso a caso, torna-a automaticamente válida em toda a União Europeia e nos países que tenham acordos com o espaço europeu.

Esta evolução positiva no plano comercial, que pode ser espelhada pelo crescimento das exportações nos últimos anos, nota-se também em termos tecnológicos, nomeadamente com o registo de patentes. Embora não haja ainda números para 2007, Portugal tem apresentado um crescimento contínuo do número de patentes europeias registadas no Instituto de Patentes Europeu. Em 2006, foram 88 patentes, o valor mais elevado de sempre. Em 2004 e 2005, o total de registos tinha sido de, respectivamente, 50 e 66.

Esta semana, foi divulgado o European Inovation Scoreboard, que colocou Portugal como a sétima economia que mais progrediu em termos de inovação com base num conjunto de indicadores. A economia portuguesa subiu uma posição em 2007 e está agora no 30º lugar do «ranking», que inclui todos os Estados-membros da União Europeia, Suíça, Islândia, Noruega, Croácia, Turquia, EUA, Israel, Canadá, Japão e Austrália.

Sinais de recuperação
- Em 2006, o número de marcas comunitárias registadas por empresas portuguesas quase duplicou ao chegar a 1041; no ano passado, voltou a crescer em mais de 200
- Portugal está há dois anos à frente da França, já bastante acima da Grécia e cada vez mais próximo da Itália e da Bélgica em termos «per capita»
- As patentes europeias das empresas nacionais estão a crescer ininterruptamente desde 2002

Fonte: Expresso, 16 de Fevereiro de 2008