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domingo, 16 de março de 2008

É preciso acreditar

A inovação nas organizações tem de ser uma atitude vivida e partilhada por todos. Não pode ser esporádica, mas sistémica e permanente. Não aparece espontaneamente mas tem de ser fruto de uma decisão consciente dos seus principais responsáveis.

Para ter sucesso, a inovação precisa de ser planeada, ter recursos humanos, financeiros e logísticos adequados, tempo para se afirmar e, obviamente, conseguir obter resultados mensuráveis em tempo útil. A inovação não pode estar confinada às pessoas do departamento de investigação e desenvolvimento mas exige o envolvimento de toda a empresa, nomeadamente das áreas de marketing, comercial e engenharia. Poucas são as empresas que têm a sorte de alcançar uma inovação radical. Na maioria dos casos, a inovação é incremental, feita de pequenos passos, muito trabalho, paciência e persistência.

A competição global a que as empresas estão sujeitas, com a consequente necessidade de apresentarem resultados no curto prazo, torna difícil atribuir à inovação a atenção, o tempo e a prioridade necessárias ao seu desenvolvimento. Não é fácil mobilizar as pessoas para investirem em acções cujo resultado não é imediato. As unidades de negócio, pressionadas pelos objectivos anuais, dificilmente libertam os recursos necessários e apropriados, para a participação em projectos de inovação cujo impacto só se fará sentir mais tarde.

Ao contrário dos projectos de investigação e desenvolvimento que, em determinadas situações, podem ser feitos no exterior da empresa por universidades ou unidades de interface, a inovação não é delegável.

Uma das decisões mais difíceis da gestão de uma empresa é conseguir um equilíbrio adequado entre as actividades de curto, médio e longo prazo.

A inovação tem de estar presente em todas elas e constitui uma forma poderosa de as interligar. Trabalhar no futuro permite, muitas vezes, encontrar a solução mais adequada para resolver os problemas do presente.

A percepção dominante em muitas empresas é que a inovação é um custo e não um investimento. Assim, quando há necessidade de cortar custos, as actividades ligadas à inovação estão entre as principais candidatas à redução ou extinção. Nessas situações, é preciso encontrar a arte e o engenho para resistir, continuando a acreditar que, sem inovação, não há futuro.

Fonte: Paulo Nordeste, 15 de Março de 08

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