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domingo, 13 de abril de 2008

Portugal dos pequeninos

Em 2007, no rescaldo do 3GSM World Congress, desafiei as diferentes empresas que tinham estado presentes em Barcelona para estudarmos em conjunto uma forma mais inovadora de organizar a participação em 2008. Como é costume ninguém aderiu à ideia e cá viemos de novo, cada qual por si, 10 pequenos espaços perdidos na imensa área ocupada pelas 1300 empresas que este ano, sob o tema «ideas in motion», arribaram à Catalunha.

A GSM Association, entidade responsável pela organização do evento, estima que cerca de 80000 pessoas possam ter visitado a feira. Perdemos assim, na minha opinião, mais uma oportunidade de contribuir para a afirmação do Portugal Tecnológico que todos queremos ajudar a construir.

Será que não existe uma forma mais inteligente e eficaz de rentabilizar os poucos metros quadrados que cada empresa consegue alugar? Vamos continuar a alimentar o preconceito de esconder, por trás de um nome em inglês, a origem da nossa tecnologia?

Não é preciso inventar nada! Basta aprender com outros países, com destaque para os que têm a nossa dimensão como a Irlanda, a Holanda, a Dinamarca, a Noruega, a Finlândia, a Suécia, a Hungria ou Israel, que agregaram as suas empresas tecnológicas num mesmo espaço, ou em espaços adjacentes. Esta organização é tipicamente conduzida por entidades governamentais ligadas ao comércio externo, com o objectivo de promoção da capacidade tecnológica e da imagem dos respectivos países. Antes da feira as embaixadas fizeram o trabalho de casa, multiplicando contactos, tentando agendar visitas aos respectivos «stands».

Não poderia a nossa AICEP tentar seguir o exemplo das suas congéneres internacionais? Pelo impacto que tem na economia do conhecimento o sector das TIC não deveria ser uma das maiores apostas para as nossas exportações?

Acho que o modelo do Portugal dos pequeninos, ainda por cima dispersos e divididos, está ultrapassado. Só conseguiremos ter dimensão e credibilidade se conseguirmos associar-nos e trabalhar em rede.

Fonte: Paulo Nordeste, Expresso, 16 de Fevereiro de 2008

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