Em 2007, no rescaldo do 3GSM World Congress, desafiei as diferentes empresas que tinham estado presentes em Barcelona para estudarmos em conjunto uma forma mais inovadora de organizar a participação em 2008. Como é costume ninguém aderiu à ideia e cá viemos de novo, cada qual por si, 10 pequenos espaços perdidos na imensa área ocupada pelas 1300 empresas que este ano, sob o tema «ideas in motion», arribaram à Catalunha.
A GSM Association, entidade responsável pela organização do evento, estima que cerca de 80000 pessoas possam ter visitado a feira. Perdemos assim, na minha opinião, mais uma oportunidade de contribuir para a afirmação do Portugal Tecnológico que todos queremos ajudar a construir.
Será que não existe uma forma mais inteligente e eficaz de rentabilizar os poucos metros quadrados que cada empresa consegue alugar? Vamos continuar a alimentar o preconceito de esconder, por trás de um nome em inglês, a origem da nossa tecnologia?
Não é preciso inventar nada! Basta aprender com outros países, com destaque para os que têm a nossa dimensão como a Irlanda, a Holanda, a Dinamarca, a Noruega, a Finlândia, a Suécia, a Hungria ou Israel, que agregaram as suas empresas tecnológicas num mesmo espaço, ou em espaços adjacentes. Esta organização é tipicamente conduzida por entidades governamentais ligadas ao comércio externo, com o objectivo de promoção da capacidade tecnológica e da imagem dos respectivos países. Antes da feira as embaixadas fizeram o trabalho de casa, multiplicando contactos, tentando agendar visitas aos respectivos «stands».
Não poderia a nossa AICEP tentar seguir o exemplo das suas congéneres internacionais? Pelo impacto que tem na economia do conhecimento o sector das TIC não deveria ser uma das maiores apostas para as nossas exportações?
Acho que o modelo do Portugal dos pequeninos, ainda por cima dispersos e divididos, está ultrapassado. Só conseguiremos ter dimensão e credibilidade se conseguirmos associar-nos e trabalhar em rede.
Fonte: Paulo Nordeste, Expresso, 16 de Fevereiro de 2008
domingo, 13 de abril de 2008
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