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domingo, 9 de março de 2008

Gazelas, tartarugas e foguetões

As instituições de capital de risco preferem empresas que procuram uma oferta pública de venda num período que raramente ultrapassa os cinco anos após investimento.

Essas firmas são apelidadas de ‘foguetões’ devido ao seu crescimento explosivo. São empresas de alto risco que exigem financiamentos elevados: existem dezenas de insucessos para cada Lotus ou Compaq, exemplos clássicos de ‘foguetões’ com êxito.

A maioria das novas firmas segue um modelo oposto: um crescimento lento e seguro, sem investimento externo. Estas empresas são conhecidas como ‘tartarugas’.

Segundo Darius Mahdjoubi da Universidade do Texas, os ‘foguetões’ (cerca de 0,2% das «start-ups») são responsáveis por 20% dos empregos criados por novas empresas nos EUA. As ‘tartarugas’ contribuem do mesmo modo para a geração de emprego, embora representem quase 80% das «start-ups» norte-americanas.

Dariusargumenta(http:// www.ischool.utexas.edu/˜darius/Action_Business_Planning-PPT-Brief.pdf) que existe um terceiro tipo de empresas relevantes: as firmas ‘gazelas’ (cerca de 20% das «start-ups») que se desenvolvem lentamente na fase inicial mas que depois crescem rapidamente, com investimentos reduzidos. A Microsoft e a Dell são apresentadas como exemplos paradigmáticos: passaram para um domínio dos respectivos sectores depois de, nos primeiros anos, facturarem menos do que as rivais Lotus e Compaq.

As qualidades destas empresas são similares às dos maratonistas: mantêm-se na corrida com resiliência até surgir uma oportunidade para se destacarem do pelotão. A aposta na investigação é habitualmente superior à das empresas rivais do modelo ‘foguetão’, garantindo o futuro. A sua contribuição relativa para a geração de novos empregos atinge os 60% nos EUA.

O modelo de empresa ‘foguetão’ é encorajado habitualmente em competições nacionais para jovens empreendedores. Mas os benefícios deste modelo são duvidosos considerando os riscos associados. O modelo de empresa ‘gazela’ é aquele que, a prazo, mais beneficia os empreendedores, accionistas e países.

Fonte: Presidente da Y-Dreams, Expresso, 8 de Março de 2008

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