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Bolonha - que como se sabe aumenta significativamente a mobilidade do talento no espaço europeu - vem sublinhar a necessidade de aumentarmos a sério a competitividade do nosso ensino Universitário. Neste contexto e embora não sendo suficiente, parece-me necessário alterar o modelo de governo das Universidades. Começar por separar a gestão estratégica ligada à componente académica - no ensino e na I&D - da gestão operacional, que deve ser profissional. Neste plano, integre-se o que há para integrar, aproveitem-se as sinergias operativas, estabeleça-se uma cultura de prestação interna de serviços e uma lógica empresarial, porque os recursos são escassos e as necessidades crescentes. Em suma, menos custos de «overhead» para mais e melhor ensino e produção científica.
No plano académico, acredito na agregação das unidades orgânicas clássicas em novas áreas de saber, mais abrangentes, em rede, com liderança e escala. O conhecimento não se desenvolve em silos estanques, porque as ciências são realidades integradas, pluridisciplinares.
O novo modelo de governo deve, sem ambiguidades, reafirmar a unidade da Universidade, reforçar o papel do seu líder, flexibilizar a gestão da mudança, e acomodar uma estratégia de competitividade.
Fonte: João Picoto, Expresso, 19 de Abril de 08
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